Quais os benefícios do exercício físico para um autista?

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Sabia que o exercício físico pode também ajudar na vertente social de um autista?

Segundo a literatura, o psiquiatra Eugen Bleuer criou o termo “autismo” em 1911. A palavra deriva do grego “autos” e significa “self”. O clínico tinha como foco, a

pesquisa por sintomas de esquizofrenia em adultos.


“O objetivo geral desta abordagem, visa demonstrar a importância e os benefícios advindos da prática de atividades físicas direcionadas a pessoas com autismo.”


O que é o autismo?

O autismo é uma síndrome comportamental com etiologias diferentes na qual o processo de desenvolvimento infantil se encontra profundamente distorcido.


Desde a antiguidade têm-se conhecido alguns relatos sobre crianças e adultos com comportamentos estranhos, relacionando o termo “autismo infantil” que significa “voltado para si mesmo”.


O autismo é um transtorno comportamental que ocorre durante o desenvolvimento infantil, caracterizado por défice nas habilidades sociais e de comunicação, nos padrões repetitivos e restritos de comportamento e interesses. Esta síndrome pode ser tratada de acordo com o grau de comprometimento do individuo, podendo ser classificada como leve, moderada ou severa.

Vários estudos demonstram que a prática regular de exercício físico pode gerar uma série de benefícios para saúde das pessoas com esta síndrome, que mesmo apresentando um pensamento distorcido, são capazes de desenvolver atividades de forma natural.


Segundo a literatura, o conceito sofreu algumas alterações. Até 2013 e segundo a Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders esta patologia foi denominada por Perturbação Global do desenvolvimento (PGD).

Atualmente, e com a 5a edição da DSM, passou a ser utilizada a denominação de Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) que agrupa: o Autismo, Asperger,

Transtorno infantil desintegrativo e Transtorno invasivo do desenvolvimento Não especificado. As PEA são um transtorno do neuro desenvolvimento com défices

associados à comunicação e interação social, apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento (DSM-5).

TEA (Transtorno do Espectro Autista) é atualmente entendido como uma desordem neurológica que se manifesta antes dos três anos de idade e é quatro vezes mais prevalente em meninos do que em meninas.

Indivíduos autistas costumam apresentar, também, condições associadas a desordens sensoriais, dificuldades para prestar e/ou manter a atenção e deficiências na coordenação motora.


Aspetos sociais, tais como: ter amigos, participar regularmente de atividades desportivas e ter o suporte de um cuidador na escola, afetam a qualidade de vida

dos jovens.


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Quais as estratégias a seguir?

As estratégias com vista ao tratamento das PEA centram-se sobretudo na estimulação cognitiva, desenvolvimento social e da linguagem e na eliminação de movimentos estereotipados.

Jovens e crianças do espectro autista podem estar em risco particular de inatividade física devido às deficiências associadas à sua condição e a obesidade também se configura como um problema de saúde para esses indivíduos.


Mais da metade de crianças com autismo apresentam sobrepeso. Essa situação pode transitar em vários problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, problemas ósseos e articulares e até mesmo a depressão ou ansiedade.


A disfunção metabólica e a utilização de medicação psicotrópica têm sido identificadas como principais fatores de implicação para o status de obesidade central a curto e longo prazo e perfil de riscos cardiometabólico quando comparada às populações com outros transtornos e deficiências.


A atividade física apresenta igualmente grandes benefícios para pessoas com incapacidades, podendo representar uma mais-valia na evolução de diferentes

patologias. A utilização de atividades físicas e desportivas em crianças com autismo tem vindo a ser realizada e estudada. Nas duas últimas décadas o interesse pelos potenciais benefícios do exercício físico nas perturbações do espectro do autismo (PEA) tem aumentado, mas a pesquisa realizada nesta área é, ainda, escassa e baseada em pequenos grupos.


Neste estudo, verificaram-se benefícios nas práticas desportivas e da atividade física, nas dimensões da aprendizagem sensoriomotora, da comunicação e da

socialização, além de serem fatores decisivos para o sucesso dos processos de aprendizagem dado a melhoria da motivação e da autoconfiança.


Os benefícios permitem o progresso do autista em vários aspetos relacionados às suas deficiências, tais como: no rendimento físico, no melhor conhecimento das capacidades de seu corpo, na melhor representação do seu corpo na relação com o ambiente externo, na melhor comunicação e socialização com os companheiros de equipa e adversários, através dos jogos coletivos.


Os exercícios atenuam várias características comportamentais, de inadaptação, estereótipos de agressividade, melhorando a falta de atenção e ainda a questão de flexibilidade, equilíbrio e força muscular são pontos significativos.


A literatura existente ainda é muito precária, carente de testes e resultados mais completos, como forma de identificar e desenvolver como um todo, essa população.


“Conclui-se que as atividades físicas proporcionam uma melhor qualidade de vida a pessoa com autismo, melhorando seu convívio social e interação com outras

pessoas.”


Bons Treinos!

Nuno Gomes - Personal Trainer

Regional Master Trainer – Holmes Place


Referências Bibliográficas:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION DIAGNOSTIC AND STATISTICAL

MANUAL OF MENTAL DISORDERS, FOURTH EDITION, TEXT REVISION (DSM-IVTR).

Washington, DC: American Psychiatric Association, 2000.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION.Diagnostic and statistical manual of mental

disorders.5th edition. Washington, DC: American Psychiatric Publishing. 2013.

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