A importância da alimentação na prevenção da doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer afeta cerca de 4,7 milhões de pessoas em todo o mundo. Esta trata-se da forma mais comum de demência, representando 70% de todos os casos. Dados recentes referem que existem vários fatores de risco associados à demência. Para além de fatores de risco que são impossíveis de alterar, existem outros que podemos controlar. Estes últimos passam pela adoção de um estilo de vida saudável que inclui hábitos alimentares.

A doença de Alzheimer, afeta as capacidades mentais de forma progressiva, chegando a limitar a capacidade de realização de tarefas do quotidiano. Os sintomas mais comuns são a perda de memória, dificuldade na fala e falhas na realização de atividades diárias. À medida que a doença evolui, as células responsáveis pela função cognitiva tendem a sofrer lesões ou mesmo destruição total.

Uma vez que os procedimentos farmacológicos apenas se têm mostrado eficazes no retardar dos sintomas e não tendo efeitos curativos, tem havido a necessidade de estudar medidas não farmacológicas com a intenção de prevenir e retardar o aparecimento da doença.

Ao longo dos anos tem-se estudado os fatores de risco da demência, chegando à conclusão que existem aspetos que não podem ser alterados mas que também está nas nossas mãos uma parte da prevenção.

O aumento da idade, o género (sexo feminino mais afetado) e a genética tem sido apontados como os maiores fatores de risco. No entanto, existe uma relação entre o estilo de vida (nomeadamente a alimentação), a obesidade, a hipertensão, a diabetes, patologias do sistema cardiovascular e o desenvolvimento de demência. 

Então onde podemos atuar?

Atualmente, sabe-se que os doentes com Alzheimer apresentam algumas deficiências em alguns nutrientes como: vitaminas do complexo B, C, K e E, selénio, fibra e zinco. Por outro lado, os estudos têm vindo a demonstrar um efeito positivo com nutrientes como: ácidos gordos ómega 3, vitaminas do complexo B, vitaminas E, C e D.

De uma forma geral, a adoção de um padrão alimentar saudável irá fornecer todas estas vitaminas, que irão retardar o envelhecimento celular que por sua vez, irá retardar o desenvolvimento de demência.

Padrões alimentares que beneificiem o consumo de hortícolas, fruta, leguminosas, cereais intregais e fontes de gordura insaturada são os mais aconselháveis no sentido de prevenir este tipo de patologia, como é o caso da alimentação plant based.

Recomendações para a prevenção da doença de Alzhemeir:

1. Reduzir a ingestão de gordura saturada e trans (bolachas, bolos, batatas fritas, margarinas); 

2. Deve haver maior predominância de hortícolas, leguminosas, fruta e cereais integrais;

3. Reduzir o consumo excessivo de carne e laticínios;

4. Fazer um bom aporte de vitamina E através de azeite, óleos de origem vegetal, frutos oleaginosos, sementes de girassol;

5. Consumir alimentos ricos em vitamina B12 (ovos, peixe, lacticínio e carne com moderação);

6. Praticar exercício físico.

Conclusão

A população com doenças neurodegenerativas tem sido cada vez maior devido ao envelhecimento da população. Estas são silenciosas e de progressão lenta e levam à incapacidade de executar tarefas do quotidiano. Neste momento ainda não existe cura pelo que a melhor opção será sempre atuar na sua prevenção. Esta encontra-se ao alcance de todos nós através de escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.

Recomendações bibliográficas:

Rusek, M., Pluta, R., Ułamek-Kozioł, M., & Czuczwar, S. J. (2019). Ketogenic diet in Alzheimer’s disease. International journal of molecular sciences, 20(16), 3892.

Abate, G., Marziano, M., Rungratanawanich, W., Memo, M., & Uberti, D. (2017). Nutrition and AGE-ing: Focusing on Alzheimer’s Disease. Oxidative medicine and cellular longevity, 2017.

McGrattan, A. M., McGuinness, B., McKinley, M. C., Kee, F., Passmore, P., Woodside, J. V., & McEvoy, C. T. (2019). Diet and inflammation in cognitive aging and Alzheimer’s disease. Current nutrition reports, 8(2), 53-65.

Monacelli, F., Acquarone, E., Giannotti, C., Borghi, R., & Nencioni, A. (2017). Vitamin C, aging, and Alzheimer’s disease. Nutrients, 9(7), 670.

https://nutrimento.pt/activeapp/wp-content/uploads/2015/09/Nutri%C3%A7%C3%A3o-e-Doen%C3%A7a-de-Alzheimer.pdf

Adriana Condença

Nutricionista Holmes Place Alvalade