A importância do exercício físico após AVC
Saiba como identificar, quais os fatores de risco e a importância do exercício físico na prevenção secundária do AVC.
AVC é a sigla que define um Acidente Vascular Cerebral, este ocorre quando um coaglo se aloja num vaso sanguíneo cerebral e resulta na lesão de células cerebrais. As células cerebrais são afetadas pela ausência de oxigénio e de nutrientes (devido ao bloqueio do fluxo de sangue - AVC isquémico, ou inundadas após a rutura de uma artéria - AVC hemorrágico).
Como identificar um AVC - regra dos 5 F´s
Factores de Risco
Os fatores de risco são muitos e quanto maior for o número de fatores combinados que a pessoa apresenta, maior o risco de ocorrência de um AVC.
Existem fatores de risco que podemos tentar minimizar, como por exemplo: a hipertensão arterial, o colesterol, a obesidade ou o consumo de tabaco e de álcool, para isso devemos optar por estilos de vida mais saudáveis, alimentação saudável e diminuição do sedentarismo (através da introdução de hábitos de prática desportiva nas nossas vidas quotidianas).
Percentagens de AVC em Portugal e no mundo
De acordo com os dados estatísticos, o acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte em Portugal.
No mundo estima-se que uma em cada seis pessoas terá um AVC, e a cada 6 segundos o AVC é responsável pela morte de alguém, ou seja, por ano, 15 milhões de pessoas no mundo sofrem um AVC e, dessas, 6 milhões não sobrevivem.
O que fazer após um AVC (prevenção secundária de um AVC)
É importante controlar regularmente todos os factores que aumentam o risco de AVC, tais como a pressão arterial e o colesterol, mantendo uma dieta saudável e praticando exercício físico.
As pessoas que sofreram um AVC devem por si próprias e o mais cedo possível, procurar autonomia e serem parte ativa do seu processo de recuperação.
Os familiares e amigos devem prestar a ajuda necessária e encorajar o doente a manter uma vida social ativa, bem como conquistar a maior autonomia possível, sem lhe exigir demasiado e respeitando o seu tempo e limites físicos.
Neste processo a prática de atividade física é fundamental para todos estes ganhos e conquistas.
Exercícios para prevenção secundária de um AVC
Na recuperação após um AVC é importante a realização de exercícios simples que visem recuperar a mobilidade articular e tonus muscular.
Não podemos esperar que o movimento seja executado de forma completa à primeira tentativa, a mobilização deve ser cuidadosa e gradual, mas deve ser repetida/treinada de forma a alcançar melhoria dos resultados.
São essenciais movimentos dos membros superiores mesmo com uma ajuda externa (por exemplo de uma roldana num local elevado para provocar mobilidade da articulação do ombro e auxiliar na carga).
Os movimentos pélvicos e de trabalho de CORE são muito importantes pois visam ajudar no equilíbrio e evitar as quedas (comuns nesta fase devido às dificuldades de mobilidade e estabilidade muscular).
Nos membros inferiores devemos realizar movimentos simples de extensão e flexão tanto ao nível da coxa como da perna para promover a recuperação ao nível do equilíbrio vertical e claro da caminhada.
É normal que a execução destes movimentos provoquem alguma dor e fadiga, mas é necessário contrariar a imobilização das articulações e perda de autonomia.
Na realização destes exercícios (e mesmo após uma recuperação com um fisioterapeuta) é muito vantajoso que o doente seja acompanhado e estimulado por um profissional do exercício físico.
Este acompanhamento permite a correta análise das cadeias musculares e zonas articulares mais fragilizadas, ou com mais dificuldades de mobilidade/flexibilidade, o que permite um trabalho mais direcionado e consequentemente traduz-se em mellhores resultados num menor espaço de tempo. Logo mais rápida e eficiente será a recuperação, sendo mais motivadora e com menor risco de lesão.
Feedback e Opiniões
Na minha experiência profissional quem faz recuperação e prevenção secundária de AVC tem especiais melhorias na coordenação motora e força muscular (devido aos estímulos musculares). O estado depressivo associado muitas vezes a este quadro clínico também se altera na opinião deles, devido às conquistas a nível motor (e as hormonas libertadas durante o treino produzem também uma sensação de bem-estar).
Os doentes sentem uma melhoria da sua condição física no geral (o que tende a evitar “zona de risco” para reincidência de AVC) e também se sentem obrigados à interação social num contexto de ginásio ou espaço desportivo o que melhora a sua saúde mental.
Fontes Bibliográficas
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Viver após um Acidente Vascular Cerebral - Recomendado aos Prestadores de Cuidados Informais, Direcção-Geral da Saúde, Lisboa, 2000; https://www.saudecuf.pt/mais-saude/doencas-a-z/avc-acidente-vascular-cerebral.
Sara Fonseca
Personal Trainer – Holmes Place Algés