HIV e o exercício físico

HIV ou VIH é o Vírus da Imunodeficiência Humana. Este vírus afeta e enfraquece o sistema que defende o organismo das infeções e das doenças: o sistema imunitário.

Na fase inicial da infeção podemos não ter sintomas da doença, com o sistema imunitário a conseguir “controlar” o vírus, podendo variar de pessoa para pessoa. Com o passar do tempo, o sistema imunitário fica enfraquecido e podem aparecer as chamadas infeções oportunistas, que não causariam doença numa pessoa sem diminuição da imunidade. Esta fase final é conhecida como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).

HIV é, portanto, o vírus que causa a SIDA.

No nosso planeta vivem hoje 37,7 milhões de pessoas infetadas com VIH, destes, cerca de 1,5 milhões são novos casos de infeção por VIH-1, do total de infetados, mais de 1,5 milhões são crianças com menos de 15 anos. Em 2020, entre adultos e crianças, atingiu-se quase 700 mil mortes por Sida e doenças relacionadas com a SIDA.

Em Portugal, estima-se que 45.500 pessoas vivam com VIH, metade dos infetados tem idade superior a 55 anos e sofrem de problemas de comorbilidade, a presença de duas ou mais doenças no mesmo doente.

A concluir a segunda década do século XXI, o VIH continua a ser um grande desafio da medicina.

Estima-se que 14 milhões de pessoas não saibam que estão infetadas.

Exercício Físico para pessoas com HIV

Apesar de ainda não haver cura, pacientes infetados com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) podem alcançar uma maior qualidade de vida seguindo as orientações médicas.

Pessoas que convivem com o HIV presente no organismo podem apresentar diversas alterações no metabolismo como consequência do vírus ou também dos remédios receitados para o tratamento. Algumas dessas alterações são:

• Osteopenia - Responsável pela diminuição dos componentes responsáveis por constituir a massa óssea gerando um enfraquecimento dos ossos.

• Lipodistrofia - Ocasiona a distribuição anormal de gordura pelo corpo, reduzindo-a nas regiões dos braços, pernas, face e nádegas. O maior acúmulo dá-se nas regiões do abdômen, costas, pescoço e nuca.

• Síndrome de Wasting - Caracteriza-se pela perda involuntária de massa corporal, podendo ser tanto de gordura, quanto de massa magra.

• Dislipidemia - Causa alterações nos índices de lipídios sanguíneos, o que geralmente resulta em quadros de diabetes, obesidade e hipertensão por exemplo.

De acordo com um estudo, publicado no The Journal of the Association of Nurses in AIDS Care, o exercício físico deve fazer parte da rotina de tratamento de um paciente com HIV.

Para o seropositivo, o exercício também é recomendado por prevenir e amenizar os efeitos colaterais provocados pelos remédios, como a lipodistrofia citada acima.

Segundo o estudo, as pessoas com HIV desenvolvem doenças crónicas mais cedo e com mais frequência que os não portadores. De entre muitas doenças, a cardíaca, apresenta um risco especial para os pacientes com HIV.

A prática de exercício físico resulta em diversos benefícios, desde a redução do colesterol à melhoria dos resultados de saúde cognitiva e mental. 

O exercício físico pode:

• Ajudar a reduzir os sintomas relacionados com a sua doença;

• Estimulação do sistema imunológico;

• Fortalecer ossos e articulações;

• Aumentar a massa muscular;

• Aumentar a resistência;

• Diminuir a gordura abdominal;

• Alívio do stress;

• Melhoria da autoestima;

• Melhorar a sua saúde mental;

• Diminuir a pressão arterial.

Além dos benefícios acima descritos, o exercício físico pode atenuar os efeitos da síndrome metabólica, como a redução dos triglicéridos, aumento do HDL (bom colesterol), melhoria da resistência à insulina e do perfil lipídico. São pontos importantes para a população em geral e os portadores de HIV não são exceção.

“Antes de iniciar uma rotina de exercício físico, deverá consultar o seu médico!”

Após aconselhar-se com um dos nossos profissionais de exercício e saúde, escolha um tipo de exercício físico que seja divertido para si e adequado à sua condição física atual como, por exemplo:

• Correr, caminhar, aula de grupo ou exercícios de força;

• Andar de bicicleta;

• Concentrar a mente e o corpo numa aula de Yoga, por exemplo.

Ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico e reduzir o consumo de tabaco e álcool ajudá-lo-ão a ter uma vida mais saudável com o HIV.

Aconselhe-se com os nossos nutricionistas.

Bons treinos!

Nuno Gomes

Regional Master Trainer e Personal Trainer – Holmes Place