Treino cardiorrespiratório após a COVID-19
Como pode o treino cardiorrespiratório ajudá-lo(a) após a infeção pela COVID-19?
Nesta época pandémica, devemos olhar para o futuro e pensar nas alterações que o vírus COVID-19 fará na vida das pessoas.
Tal como a SARS (Sindrome Respiratória Aguda Grave 2002) e a MERS (Sindrome Respiratória do Médio Oriente 2012), este vírus tem como um dos sintomas principais a infeção dos pulmões provocando danos semelhantes (mas mais severos) à pneumonia. As pneumonias provocadas pelo COVID-19, em geral são bilaterais e multifocais, a probabilidade de deixarem sequelas é muito grande.
Na SARS e MERS, cerca de um terço dos pacientes que recuperou, apresentava uma perda de função pulmonar após 3 anos, em alguns casos apresentavam fibrose pulmonar (cicatrizes das zonas lesadas).
Por esta altura, no mundo já foram registados milhões de infetados, pode-se dizer que as limitações pulmonares dos casos recuperados vão ser preocupantes.
Como pode ajudar o treino cardiorrespiratório no pós covid-19?
O treino cardiorrespiratório pode ser uma solução de primeira linha, devido ao seu valor para a saúde em geral e para o sistema respiratório em específico.
A condição cardiorrespiratória pode ser definida como a habilidade dos sistemas circulatório e pulmonar, de fornecer oxigénio aos músculos e outros tecidos durante a atividade física. Valores altos de condição cardiorrespiratória reduzem (significativamente) o risco de doenças cardíacas, doenças crónicas e todas as causas de mortalidade.
Antes de iniciar um programa de treino, deve consultar o seu médico e fazer alguns exames (por exemplo: provas de esforço) para saber os seus limites e poder treinar em segurança.
Para melhorar a sua condição cardiorrespiratória, deve iniciar o seu plano de treino de forma gradual e ir progredindo o estímulo de treino consoante as adaptações do seu corpo.
Fase inicial
Na fase inicial, deve realizar um treino contínuo uniforme de baixa/média intensidade como caminhadas em terreno plano, com a duração de 30 a 60 minutos diariamente.
Fase intermédia
Na fase intermédia, deve ir alternando as intensidades (treino contínuo variado) de intensidade variável entre alta/média e baixa intensidade. Por exemplo, uma caminhada bem ativa pela floresta (trail) onde tem subidas e descidas de intensidades variadas, com a duração entre 45 a 90 min.
Fase Avançada
Numa fase avançada o treino deve incluir treino intervalado de alta intensidade onde faz esforços máximos ou muito perto do máximo (muito intenso) por um curto período de tempo (20 a 60 segundos) com uma recuperação breve (entre 10 a 30 segundos). Por exemplo: realizar 8 pequenos sprints de corrida de 20 segundos com 10 segundos de pausa.
A evolução entre estas fases pode variar de pessoa para pessoa, mas deve manter no mínimo 6 a 8 semanas em cada fase de treino, treinando 4 a 6 dias por semana.
É sempre importante o acompanhamento do treino feito por um profissional especializado.
Bons treinos!
Paulo Ah Quin
Regional Master Trainer Holmes Place