Dieta: conheça o Reducitarianismo
Conheça a dieta que pode ser adotada por qualquer outra pessoa que queira reduzir o consumo de produtos alimentares provenientes dos animais. Curioso(a)? Leia o artigo e descubra se encontrou a dieta ideal para si.
Quer reduzir o consumo de carne e outros produtos de origem animal, mas não quer chegar a extremismos? Então esteja atento porque esta prática pode agradar-lhe. Conheça o Reducitarianismo, uma nova opção para a sua dieta alimentar criada pelo norte-americano Brian Kateman, que se situa perto do vegan e do vegetarianismo mas com a inclusão de forma muito excepcional de carne e outros produtos de origem animal.
Brian Kateman, diz ter “pouca paciência” para aquelas pessoas que se puniriam por dar uma dentada num hambúrguer. Brian acredita que este tipo de pensamento nos distrai do facto de que “comer menos carne no geral continua a ser positivo”. E sublinha que é essencialmente necessário que se celebre cada refeição vegetariana e que se comece a encarar o compromisso de cada um de reduzir o consumo de carne e outros produtos de origem animal como algo valioso e realista.
Este conceito tem sido muito atrativo para quem não está disposto a seguir uma dieta de “tudo-ou-nada”. O Reducitarianismo pode ser praticado por veganos e vegetarianos e, qualquer outra pessoa que queira reduzir o consumo de produtos alimentares provenientes dos animais.
Quais os pilares do Reducitarianismo?
Missão: Melhorar a saúde humana, proteger o meio ambiente e proteger os animais da crueldade, reduzindo o consumo de produtos de origem animal.
Visão: Apostam num mundo no qual o consumo social de carne vermelha, aves, pescado, ovos e produtos lácteos seja significativamente reduzido.
Valores: Não é o tudo ou nada. Celebram as pequenas mudanças no comportamento pessoal e institucional que, em conjunto, resultam numa diferença significativa no mundo.
Quais as motivações para aderir ao Reducitarianismo?
Este é claramente um problema de consciência. Nem toda a população mundial sabe, mas as emissões de gases de efeito de estufa da pecuária equivalem a 7,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano. Isso significa que a produção de carne corresponde a 14,5% de todas as emissões produzidas pelo homem, segundo as Nações Unidas. A tendência é de agravamento deste impacto ambiental, uma vez que os países em desenvolvimento estão a aumentar o seu consumo de carne e derivados do leite à medida que enriquecem. Exemplo disso é o consumo de carne de porco na China, que duplicou nas últimas duas décadas, de acordo com a OECD. Segundo a campanha, a redução do consumo de carne é fundamental para abrandar o aquecimento global. Outra razão amplamente utilizada para as pessoas abandonarem o consumo de carne é o bem-estar animal, uma vez que, algumas vezes, galinhas, vacas e porcos são criados em condições cruéis e são sujeitos a um grande sofrimento durante o seu tratamento.
Como funciona o Reducitarianismo?
A dieta é simples: reduzir o consumo de carne, peixe, lacticínios e ovos. A pessoa em questão é que decide como e quando o vai fazer. O criador do Reducitarianismo sugere várias opções entre as quais, reducitariano durante os dias de semana, estando os fins-de-semana reservados para comer carne e outros produtos de origem animal; reducitariano por apenas um dia ou ainda reducitariano apenas durante o período laboral (até as 18h por exemplo). Nem que seja apenas por um dia, não comer carne durante esse dia é uma mais-valia, tanto para si como para o meio ambiente.
Já existem algumas campanhas em vigor neste sentido, como a “Segunda Sem Carne”, que se apropria de um dia da semana em que as pessoas costumam escolher para adotar novos hábitos (como fazer dieta ou inscrever-se no ginásio) para convidá-las a não comer carne uma vez a cada sete dias. Inclusive, esta campanha é apoiada por governos e celebridades, entre elas, os cantores Gilberto Gil e Paul McCartney, a modelo Ellen Jabour e os atores Diogo Vilela e Cleo Pires.
Nos EUA, o criador do Reducitarianismo fundou a “Reducetarian Foundation” para incentivar pessoas nos quatro cantos do mundo a escolher comida saudável e sustentável. O Reducitarianismo e já tem muitos fãs nos EUA (país de origem), tendo sido criado um site (https://reducetarian.org) onde poderá aderir de forma voluntária a este estilo alimentar, onde explica os motivos pela qual deve aderir, e onde poderá até obter receitas orientadas para o Reducitarianismo. No site poderá comprometer-se a ser um reductário e começar com estratégias iniciais para reduzir a ingestão de alimentos de origem animal.
Conclusão:
Esta dieta tem como base o problema do consumo excessivo de produtos animais que está lentamente a destruir o nosso meio ambiente, a causar sofrimento no tratamento dos animais, a promover grandes riscos para a saúde e a contribuir para crises globais como a fome mundial. E, no entanto, nossa cultura encontra-se cada vez mais obcecada com o consumo de carne, peixe, ovos e produtos lácteos. A boa notícia é que essa tendência pode estar a diminuir pois cada vez mais e mais pessoas estão a reduzir a quantidade de produtos de origem animal que consomem e a adopar uma dieta alimentar mais à base de hortícolas, frutas, sementes e outros alimentos de origem vegetal. Muitos de nós, podemos assim estar a evitar da nossa alimentação diária os produtos de origem animal, em especial a carne, e portanto a seguir um modelo do Reducitarianismo sem ser de forma consciente. Agora poderá aderir ao Reducitarianismo de forma consciente e tendo em conta a melhoria do meio ambiente, da sua saúde e da vida animal.
Sofia Pinto
Nutricionista Holmes Place Constituição
Referências Bibliográficas:
Site oficial do Movimento do Reducitarianismo: https://reducetarian.org/
Site Noticias ao Minuto:
https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/794982/reducitarianismo-sabe-o-que-e-fica-entre-o-veganismo-e-o-vegetarianismo
Site Diário de Notícias: http://www.dn.pt/delas/interior/reducitarianismo-a-nova-moda-da-alimentacao-8480732.html
Site Visão: http://visao.sapo.pt/visaomais/2017-06-29-Ja-ha-um-nome-para-quem-gosta-mas-evita-comer-carne-sao-os-reducitarianistas