STEVIA: A alternativa saudável ao açúcar
Conheça o adoçante natural que não faz mal à saúde e é uma boa alternativa para diabéticos e controlo do peso.
Atualmente, existem várias alternativas ao açúcar refinado com maior poder adoçante e sem valor energético, como é o caso dos adoçantes artificiais e naturais.
Como principal adoçante natural, surge a Stevia Rebaudiana Bertoni, vulgarmente conhecido por Stevia.
A Stevia é um pequeno arbusto natural da América do Sul e América Central, foi adotada comercialmente como adoçante pela primeira vez no Japão na década de 1970, onde ainda hoje é um ingrediente apreciado.
A Stevia é cultivada principalmente no Paraguai, Quénia, China e Estados Unidos.
É popularmente conhecida como folha doce, folha de açúcar e folha de mel, devido ao facto das suas folhas serem doces. Os responsáveis pelas suas propriedades adoçantes são os glicosídeos de steviol, que são extraídos das suas folhas.
Com zero calorias e um poder adoçante 50 a 400 vezes superior ao açúcar refinado, a Stevia está a ser reconhecida como um ótimo substituto do açúcar e outros adoçantes.
Além do seu alto poder adoçante, o extrato de Stevia tem demonstrado trazer vários benefícios para a saúde, pois tem efeitos anti-hiperglicémico, anti-hipertensivo, anti-inflamatório, anti-tumoral, anti-diarreico, diurético e imunomoduladores.
O extrato de Stevia demonstrou também recuperar o funcionamento normal das células ß-pancreáticas, e consequentemente uma melhoria do metabolismo e no transporte de glicose para as células.
No sétimo congresso da Federação Internacional de Diabéticos, foi apresentado um estudo por médicos paraguaios, que demonstrou que a ingestão de pequenas quantidades de Stevia podia normalizar os níveis de açúcar no sangue de diabéticos. Neste estudo não foi reportado nenhum caso de intolerância.
Estes benefícios terapêuticos devem-se à sua composição bioquímica e nutricional.
A Stevia é uma boa fonte de hidratos de carbono, proteínas, fibras, minerais, aminoácidos essenciais e não essenciais, labdanos, flavonóides, esteróis, triterpenóides, clorofilas, óleos voláteis, monodissacarídeos e sais inorgânicos. O mais importante destes compostos bioativos de plantas são alcalóides, flavonóides, taninos e compostos fenólicos, que promovem o bem-estar e minimizam o risco de certas doenças.
Em relação a possíveis efeitos carcinogénicos, mutagénicos e tóxicos, em 2006, a Organização Mundial da Saúde realizou uma avaliação completa dos experimentos com glicosídeos de esteviol em animais e seres humanos e concluiu que esteviosídeo e rebaudiosídeo não são mutagénicos (nem in vitro nem in vivo), também o relatório não encontrou efeitos carcinogénicos.
Além disso, milhões de japoneses usam extratos de Stevia há 30 anos sem nenhum efeito colateral conhecido ou relatado. A toxicologia do esteviosídeo tem sido extensivamente estudada, e dados relacionados, reavaliados recentemente, indicaram que não é tóxico, mutagénico nem carcinogénico.
Em 2010, a European Food Safety Authority (EFSA) estabeleceu uma dose diária admissível de 4 mg / kg de peso corporal. Como aditivo alimentar, o código atribuído à Stevia foi o E960.
Pelos benefícios terapêuticos supracitados, pelo elevado poder adoçante, por ser isento de calorias, e por não ter sido verificado nenhum efeito colateral em estudos em animais e humanos, podemos considerar a Stevia a alternativa ideal ao açúcar quando se procura por algo doce.
Equipa Eat Well – Holmes Place
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