Celulite, a procura da solução

A lipodistrofia ginoide (LDG), também conhecida por celulite, é uma desordem estrutural, inflamatória, e bioquímica do tecido subcutâneo que causa alterações na topografia da pele. Tais alterações originam saliências e depressões cutâneas, localizadas principalmente nas nádegas, membros inferiores, região pélvica e abdómen.

A Celulite ocorre predominantemente em até 90% das mulheres adultas. Pode começar após a puberdade, mas é mais evidente em mulheres com mais de 30 anos de idade, com excesso de peso ou mesmo magras; os homens raramente apresentam esta condição. Embora não seja uma condição clínica potencialmente fatal, a celulite afeta a esfera psicossocial da mulher, pois está diretamente relacionada com a aparência física, a autoestima e, consequentemente, a perceção de bem-estar e a aceitação.

A celulite (lipodistrofia ginoide) é uma condição complexa e multifatorial. Pode ser o resultado de estruturas, bioquímicas, metabólicas, inflamatórias e alterações morfológicas, mas uma explicação etiopatogenia única ainda não está determinada.

Há quatro componentes principais que podem causar celulite: microcirculação diminuída com retenção de líquidos resultante na área, causando a aparência irregular e inchada; diminuição da circulação linfática com acumulação de toxinas; tecido conjuntivo fraco (o colágeno pode ser de má qualidade ou em pouca quantidade), dando origem a uma aparência geral de flacidez; e células de gordura que, criam protuberâncias em micro segmentos, dando esse efeito de casca de laranja.

Em termos genéticos, parece que existe uma correlação entre a atividade da enzima conversora da angiotensina (ECA) e os distúrbios na oxigenação tecidular. Um outro fator que parece contribuir para a celulite é uma correlação significativa entre o consumo de tabaco e um componente genético que pode favorecer o desenvolvimento de LDG. o tabagismo induz o stress oxidativo e pode promover a libertação de uma enzima proteolítica que altera a produção do tecido conjuntivo da pele.

Os processos hormonais estrogénicos desempenham um papel importante na etiopatogénese LDG. Há um aumento da condição de celulite durante períodos de pico de estrogénio, ou seja, durante a gravidez, amamentação, menstruação e uso de contracetivos orais.

É uma recomendação comum sugerir mudar o estilo de vida para reduzir a celulite; modificar a alimentação e fazer exercício físico regularmente com a finalidade de controlar o peso corporal e, consequentemente, reduzir a celulite.

Alguns estudos concluíram que a dieta controlada foi eficaz para a redução de peso e composição corporal, mas apesar do aumento na densidade de colágeno dérmico, nenhum efeito clínico sobre a celulite foi detetado.

Alguns artigos sobre suplementação de CLA (ácido linoleico conjugado) sugerem diminuir os sinais de celulite porque é um poderoso ativador que melhora a diferenciação epidérmica, reduz a inflamação (que aumenta os componentes da matriz extracelular), e favorece a pele brilhante. No entanto, existem evidências escassas que demonstrem a eficácia inquestionável e a longo prazo dessas medidas.

As opções terapêuticas disponíveis são numerosas e variam de modalidades convencionais (aplicações tópicas e massagens, luz pulsada intensa, ondas acústicas, e radiofrequência) às aproximações minimamente invasoras tais como a terapia do laser e as injeções. Os seus objetivos são melhorar o aspeto estético da pele e manter a resposta ao tratamento o maior tempo possível.

A vibração é uma opção de tratamento que pareceu proporcionar uma melhoria no aspeto da celulite quando avaliada por revisores isentos e criou satisfação das participantes, proporcionando um aumento significativo na temperatura da pele superficial na região glútea.

A terapia por ondas de choque teve um uso largo na reabilitação e apresentou efeitos positivos no tratamento de afeções não estéticas. A revisão demonstrou que as ondas de choque apresentam efeitos relevantes sobre o tecido, o que leva à reestruturação das propriedades da pele e do tecido subcutâneo, melhorando, assim, clinicamente, os aspetos da celulite e da gordura localizada.

Alguns estudos sugeriram que o exercício físico feito com plataformas vibrantes, combinados com aplicações tópicas e massagem, cria um efeito positivo na satisfação das participantes, reduzindo o efeito pele casca de laranja.

Mais estudos mostram-se necessários para compreender se existe um mecanismo único que consiga resolver esta condição.

Edgar Borja - Regional Master Trainer Holmes Place